Rock in Rio
janeiro de 1985
Um sonho que virou realidade.
Em janeiro de 1985, quando a Cidade do Rock abriu seus portões para um público de 1.380 mil pessoas - o equivalente a 5 Woodstocks -, ninguém imaginava, ainda, que o sonho idealizado por Roberto Medina se transformaria no maior evento de rock de todos os tempos. Por sua organização impecável, por seu altíssimo astral, pelo cuidado com que foi realizado nos mínimos detalhes: da construção da Cidade do Rock à vinda das grandes bandas internacionais.
No Brasil, o clima era de euforia com a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República. Na Cidade do Rock, o quinto dia era dedicado ao povo brasileiro. No palco, antes de anunciar a primeira banda, o apresentador abriu a noite dizendo: "Vamos acreditar que vai mudar".
Mais que um simples festival de rock, o Rock in Rio I, além de colocar o Brasil na rota dos grandes shows internacionais, mostrou que a harmonia era possível. Foram 10 dias, 90 horas, 5.400 minutos de muita música e muita emoção. Todos numa direção, uma só voz, uma canção.
A geografia de uma Cidade com 1.380 mil habitantes.
Construir uma cidade num terreno de 250 mil m2, na Barra da Tijuca, não era tarefa fácil. Para nivelar o terreno, foram necessários 77 mil caminhões de terra! Essa matemática de números estratosféricos foi, aliás, a marca registrada do Rock in Rio I. O palco - o maior do mundo, com 5 mil metros quadrados - tinha 80 metros de boca de cena + 3 palcos móveis. Dentro da Cidade do Rock, 2 hospitality centers, 2 gigantescos fast foods, 2 beer garden, 2 shopping centers com 50 lojas - e 2 heliportos.
Para a época, a iluminação, idealizada por Peter Gasper, trazia para a Cidade do Rock a última palavra em tecnologia em matéria de shows. Todo o sistema criado por ele funcionavam acoplado a 2 computadores, o que resultou num fantástico movimento de luzes e cores. E isso há 15 anos! Era energia suficiente para iluminar uma cidade de 180 mil habitantes. Aliás, foi no Rock in Rio I que, pela primeira vez num show de rock, a platéia foi iluminada. E deu um espetáculo à parte.
A matemática dos números do Rock in Rio I
Os parceiros que colocaram suas marcas na Cidade do Rock tiveram um retorno extraordinário - de visibilidade e de vendas. Durante os 10 dias do evento foram consumidos:
1.600.000 litros de bebidas em 4 milhões de copos.
900.000 sanduíches.
7.500 quilos de macarrão.
500.000 pedaços de pizza.
800 quilos de gel para cabelo.
O Mc Donald's vendeu - em um só dia - 58 mil hamburgers e entrou para o Guiness Book of Records. Este ainda é o seu recorde de vendas até hoje.
Na época do festival, foram vendidas 1.900.000 camisetas do evento em todo o país.
De A a Z, o melhor do rock em todo o mundo:
Artistas Nacionais
Alceu Valença
Barão Vermelho
Blitz
Elba Ramalho
Erasmo Carlos
Gilberto Gil
Ivan Lins
Kid Abelha
Lulu Santos
Moraes Moreira
Ney Matogrosso
Paralamas do Sucesso
Pepeu Gomes
Rita Lee
Artistas Internacionais
AC/DC
Al Jarreau
B52
George Benson
Go Go's
Iron Maiden
James Taylor
Nina Hagen
Ozzy Osbourne
Queen
Rod Stewart
Scorpions
Whitesnake
Yes
Em português claro, as opiniões foram unânimes:
"No primeiro dia do festival, o público era o mais heterogêneo possível... Quando as roletas foram abertas e os primeiros jovens tomaram conta do grande gramado, a sensação que se tinha era de que um bando de adolescentes presos em jaulas tinham sido libertados. Corriam, atiravam-se pela grama, davam murros no ar, cambalhotas como se tudo aquilo só fosse durar um dia." (Léa Penteado, O Globo, 13/01/1985)
"Este foi um festival para se aprender a ficar juntos e a comungar, tanto das semelhanças quanto das diferenças. Aqui estavam todos os bairros, muitas cidades e alguns países. Aqui estavam os casais e os sozinhos, os adolescentes e os mais de 30, os metaleiros e os niu-uêivers. Aqui estavam os individualistas e os comunitários, os diferentes times de futebol, as diferentes colorações de pele... Quem viveu sabe que valeu".
(Ana Maria Bahiana, O Globo Rock in Rio, 20/01/1985).
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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