A ditadura, instalada a partir do golpe de 31 de março de 1964, suprimiu liberdades básicas. O governo do marechal Castello Branco fechou sindicatos e entidades civis, entre elas a UNE, União Nacional dos Estudantes. Proibiu as greves e cassou mandatos de políticos da oposição. Perseguiu intelectuais e profissionais liberais que se mostravam contrários ao novo regime
Os militares criaram o Serviço Nacional de Informações, SNI, uma rede de espionagem política. Seus agentes usavam métodos que incluíam escuta telefônica, violação de correspondência, prisões arbitrárias e a prática de tortura. Em novembro de 1965, Castello Branco instituiu o bipartidarismo. De um lado, a Aliança Renovadora Nacional, Arena, aglutinava os partidários do governo. De outro lado, o MDB, Movimento Democrático Brasileiro, agrupava a "oposição consentida". Os setores oposicionistas mais ativos intensificaram as atividades clandestinas. Muitos estudantes, intelectuais e trabalhadores urbanos e do campo acabaram presos. Tornaram-se freqüentes os relatos de tortura e de desaparecimento de militantes políticos.
Militares decretam o AI-5
Apesar de todo o clima de terror, o movimento estudantil, articulado com organizações de trabalhadores, conseguiu resistir promovendo passeatas que reuniam milhares de pessoas em São Paulo, no Rio e em outras capitais. A repressão investiu com toda a força sobre o meio estudantil. Em março de 68, o estudante Édson Luís de Lima Souto morreu num conflito com a Polícia Militar no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. Em outubro, a ditadura prendeu mais de 1.200 estudantes no trigésimo congresso da UNE, realizado clandestinamente em Ibiúna, em São Paulo. Logo em seguida, em dezembro de 68, viria o golpe fatal da ditadura: a decretação do AI-5. Assinado em dezembro de 68 pelo presidente da República, gal. Arthur da Costa e Silva, o Ato Institucional n°. 5 vinha consolidar e aprofundar o regime de exceção. O instrumento conferia ao poder executivo a faculdade de cassar mandatos políticos, censurar a imprensa, aposentar compulsoriamente servidores públicos, determinar o fechamento do Congresso, impor estado de sítio e suspender as mínimas garantias individuais, como o direito de ir e vir.
Violência do Estado e abertura política
A longa noite de terror que se seguiu à assinatura do AI-5 sufocou o país por quase sete anos. Os primeiros sinais de enfraquecimento do regime apareceriam em outubro de 1975, com a morte do jornalista Wladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI, um dos temidos porões da ditadura. A reação popular culminou com a celebração de uma missa ecumênica pela alma de Herzog na Catedral da Sé, em São Paulo.
Em janeiro de 76, a morte do operário Manoel Fiel Filho em circunstâncias semelhantes às de Herzog acelerou o processo de democratização do país. Nos Estados Unidos, a política externa do presidente Jimmy Carter enfatizava os valores da democracia e o respeito aos direitos humanos.
"Recordando a morte do jornalista Wladimir Herzog, eu me menciono sobre três pontos que parecem fundamentais. O primeiro foi a busca. Saber se ele estava preso e, se estava, onde se encontrava. Foram telefonemas a todas as autoridades, desde o governador até o general Golbery (do Couto e Silva, chefe do gabinete civil no governo Geisel) e nada conseguimos fazer. Ele estava morto. O segundo momento foi a preparação para o ato ecumênico. Foi um ato judaico dirigido pelos cristãos, todos unidos para dizer: "A revolução estava matando". Depois chegou o terceiro momento, quando um operário da zona leste de São Paulo foi preso e desapareceu. De repente nos chegou a notícia de que ele havia morrido. Era Manoel Fiel Filho. Ele se tornou o símbolo da resistência operária contra a violência. Em todos os lugares de São Paulo houve manifestações religiosas e manifestações patrióticas. Daí para a frente a Igreja e os operários lutavam por uma só causa, assim como o povo, que começou a lutar pela liberdade do Brasil." D. Paulo Evaristo Arns, cardeal-arcebispo de São Paulo
Dentro desse contexto, o governo do general Ernesto Geisel deu início ao que chamava de "abertura lenta, gradual e segura". Em 79, já durante o governo do general João Figueiredo, foi aprovada no Congresso a lei de anistia aos presos políticos e aos exilados, e também aos torturadores do regime militar
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
Oiie ,
ResponderExcluiré qi preciso de sua ajuda com um trabalho .
pode entrar em contato!?
samy.superpop@hotmail.com
Me ajudou muito em um trabalho de artes, relacionado a musica e ditadura nos queridos anos 80.
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